Compostos de ouro mostram ação promissora em células cancerígenas
Data de Publicação: 19 de maio de 2025
Pesquisadores descobriram que certos complexos de ouro (III), desenvolvidos com ligantes difosfínicos, podem atuar como agentes antitumorais ao se acumularem seletivamente nas mitocôndrias de células de câncer de pulmão. Isso ocorre, pois esses compostos chegam às mitocôndrias sem sofrer oxidação ou redução, mantendo sua estrutura química estável mesmo dentro do ambiente celular agressivo.
Essa característica permite que os complexos de ouro interfiram diretamente na atividade de moléculas específicas dentro da mitocôndria - organela essencial para a sobrevivência e metabolismo celular - sem se decompor ou gerar subprodutos tóxicos. Diferente de quimioterápicos tradicionais, como a cisplatina, conhecida por sua eficácia, mas também por seus efeitos colaterais severos, os compostos de ouro demonstram uma abordagem mais seletiva e menos agressiva ao organismo.
A descoberta representa um passo promissor no desenvolvimento de novas terapias baseadas em metais "inertes", com mecanismos de ação mais controlados, seletivos e potencialmente menos tóxicos. No futuro, tratamentos com compostos de ouro podem oferecer mais eficácia e qualidade de vida para pacientes com câncer, principalmente aqueles resistentes às terapias convencionais.
Fonte: Stability and Mitochondrial Localization of a Highly Cytotoxic Organogold(III) Complex with Diphosphine Ancillary Ligand in Lung Cancer Cells, Angew. Chem. Int. Ed., 2025.
