A certificação, rotulagem e validação ambiental foram tema de live promovida pelo CRQ quinta região (Rio Grande do Sul) nesta segunda-feira (28). A conversa é a última de uma série de lives promovidas pela regional em comemoração ao mês do químico. O convidado para falar sobre o tema foi o professor e engenheiro químico Rafael Zortea. Ele explicou como funciona a normalização do setor e elucidou dúvidas acerca de atitudes que podem ou não contribuir com o meio ambiente.

Especialista em gestão ambiental , Rafael conta que a iniciativa de tratar dos três assuntos se deve a dúvidas recorrentes que as pessoas têm, já que os temas têm conceitos interligados. Ele esclareceu que a International Organization for Standartization (ISO)  editou  editou uma série  de normas ambientais, também conhecidas como Normas ISO 14.000. Dentre elas, encontra-sea norma principal, que trata das diretrizes gerais de um Sistema de Gestão Ambiental. Estas diretrizes gerais auxiliam quando uma organização quer implementar um Sistema de Gestão em prol do meio ambiente. “É por meio da ISO 14.001 que as empresas têm o direcionamento que devem adotar quando querem certificação ambiental. Já, a série de Normas 14.000 tem como foco servir de apoio a ISO 14001 e também apresenta as medidas que devem ser adotadas quando uma empresa quer obter a certificação de seus produtos”, explicou.

Sobre rotulagem, Rafael explicou que quando se fala em certificação de produtos, estamos também falando de selos, que são as rotulagens. E elas podem ser definidas em três tipos. Na rotulagem tipo I, a empresa adquire a certificação por meio de uma instituição de terceira parte, isenta do processo. A rotulagem tipoII é quando a empresa faz sua própria declaração ambiental e orienta o consumidor sobre o produto que está colocando no mercado. E a rotulagem tipo III é a mais robusta, que exige que a instituição faça uma ACV (avaliação do ciclo de vida). Trata-se de uma análise que informa desde a extração da matéria-prima até a destinação final do produto.

Ele explica que a normalização destes procedimentos ajuda o consumidor a distinguir as empresas que adotam a responsabilidade ambiental de fato. “A intenção destas normas é evitar esta onda que estamos vendo de que toda empresa quer dizer que é sustentável, que faz algo pelo planeta… É necessário obedecer as normas para que isso seja concreto” adverte.

Ao longo da conversa o engenheiro químico esclareceu dúvidas sobre os procedimentos necessários para que uma empresa adote um sistema de gestão ambiental efetivo e falou sobre atitudes diárias que podem contribuir com o meio ambiente seja no mundo corporativo ou na vida pessoal. “Se uma empresa tem uma lixeira ela já tem um sistema de gestão ambiental. Se ela coloca lixeiras de cores diferentes para separar o lixo, aí já é um passo a mais. No nosso cotidiano é assim também. Precisamos pensar que tudo é gestão ambiental, mas podemos fazer sempre mais para melhorar o espaço em que vivemos e o mundo”.

Ele deu algumas dicas de como tratar assuntos como o plástico e o esgotamento de recursos hídricos. “Não basta “vilanizar” o plástico. O fato de haver “ilhas de resíduos plásticos” no oceano é grave mas não basta colocar a culpa no canudinho e no copo. Precisamos pensar na destinação deste plástico, na reciclagem, no reuso. Uma caneca de vidro usada no lugar de um copo plástico também precisará ser lavada, e mais recursos hídricos serão empregados ali. Então não basta pensar de forma simplista. É necessário pensar o meio ambiente como algo que requer soluções múltiplas e ter um profissional para ajudar neste caminho é fundamental”, finalizou.

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