Peça coringa do guarda-roupa de quase todas as pessoas, os jeans (sejam eles em camisa, calça, jaquetas, etc.) surgiram em 1800 na França e serviam de material para confecção de roupas que seriam utilizadas no campo ou em viagens longas realizadas por marinheiros. O tecido pouco, que era pouco maleável, apresentava boa resistência e até certo estilo.

Os tecelões que o criaram, utilizaram o índigo, um dos corantes mais antigos para tingir os fios da urdidura, mas deixaram os fios da trama de algodão na sua cor natural, dando uma cor azul única para um lado e branca para a outra.  O índigo trata-se de um corante natural da planta Indigofera tinctoria (planta da família Fabaceae) que se tornou popular ainda na sua chegada na Europa no século 18 por seu fácil acesso e valor baixo. Foi muito utilizado em sua forma natural por quase um século, até a criação pelo Químico Alemão Adolf von Baeyer da sua versão sintética. O novo produto fez com que o processo de tingimento fosse padronizado, rápido e em grande escala.

O índigo, diferente da maioria dos corantes de naturais que penetram diretamente nas fibras dos tecidos em temperaturas elevadas, adere ao lado externo dos fios. Quando o tecido é lavado, algumas moléculas deste corante são eliminadas e levam consigo minúsculas quantidades de fios, deixando-o mais macio, maleável e confortável.

Dentre as vantagens deste corante estão a dispensa de produtos químicos para fixação, a possibilidade de produzir tonalidades variadas, o tom produzido por ele é sólido e estável, não desbota no sol e não agride o meio ambiente. Hoje, diversos outros corantes são utilizados para atingir os mais diferentes tons, mas o azul índigo ainda é o “jeans raiz”, que agrada a muitos e faz parte da vida de muita gente.

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