Bio-óleo de caroço de açaí pode ser alternativa ao gás e petróleo
Data de Publicação: 2 de abril de 2025

Bio-óleo é um combustível líquido renovável obtido pela pirólise da biomassa, um processo de aquecimento em altas temperaturas sem oxigênio. Sua matéria-prima inclui resíduos agrícolas, madeira e até resíduos urbanos, como plástico e lodo de esgoto. Durante a pirólise, os materiais se decompõem, liberando gases que se condensam e formam o óleo rico em compostos orgânicos de carbono e oxigênio. Versátil, esse combustível tem diversas aplicações, como geração de energia térmica, eletricidade e uso na indústria química.
Na Universidade do Estado do Amapá (Ueap), pesquisadores estão desenvolvendo um bio-óleo a partir do caroço de açaí e outros resíduos orgânicos. O objetivo é aprimorá-lo para substituir o gás e o petróleo, e ampliar o seu uso na produção de combustíveis e compostos químicos farmacêuticos.
Liderado pelo professor de Engenharia química da Ueap, Menyklen Penafort, o projeto surgiu a partir da necessidade de solucionar um problema ambiental na região. A produção ocorre em um reator pirolítico, que aquece a biomassa e gera gás e vapor. O vapor condensado passa por um processo de separação, resultando em dois produtos: o bio-óleo, utilizado como combustível, e o líquido pirolenhoso, aplicado na fabricação de compostos farmacêuticos.
A pesquisa ocorre em dois laboratórios: um no Centro de Educação Profissional “Graziela Reis de Souza”, responsável pela produção do bio-óleo, e outro na Ueap, onde são analisadas suas propriedades, como densidade, acidez e toxicidade, comparando-o ao petróleo para avaliar seu potencial energético.
O bio-óleo obtido pode ser convertido em biogasolina, querosene, diesel verde e ligantes asfálticos. Além disso, o extrato pirolenhoso tem aplicações em biofármacos, herbicidas e biofertilizantes.
A coleta dos resíduos contribui para a preservação ambiental, evitando o descarte inadequado em vias públicas e aterros sanitários. O projeto representa um avanço na valorização dos resíduos amazônicos e no desenvolvimento de alternativas energéticas sustentáveis.
Fonte: G1 e 123 Ecos
Foto: Isadora Pereira/Rede Amazônica AP