Estudante gaúcha recebe prêmio Jovem Cientista com projeto de plástico biodegradável
Data de Publicação: 12 de novembro de 2018

Quando começou o curso técnico em Administração no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS), em Osório, no litoral norte do estado, a estudante Juliana Estradioto, de 18 anos, não imaginava receber prêmios e reconhecimento em uma área completamente diferente: a da ciência.
Mas nesta terça-feira (30), ela foi a ganhadora do reconhecido prêmio Jovem Cientista, promovido pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), na categoria Ensino Médio. A gaúcha desbancou adversários de todo o Brasil com o seu primeiro projeto de pesquisa. “Nunca esperava. Parece mentira todo esse reconhecimento que estou recebendo. É uma honra, e além disso mostra quanto o esforço vale a pena”, diz.
A estudante desenvolveu um filme plástico biodegradável a partir da casca do maracujá. Ele substitui as embalagens comuns de mudas de plantas, que geram alta quantidade de resíduos na agricultura. “Quando se retira o plástico convencional, muitas vezes acaba danificando a raiz da muda”, explica.
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Embalagem criada com a casca do maracujá pode ser plantada com a muda e se decompõe rapidamente. — Foto: Arquivo pessoal
O plástico criado por ela reduz a poluição causada pelos sacos plásticos convencionais, se decompõe em 20 dias e não precisa ser retirado no momento do plantio. E ele foi criado a partir de um produto natural, a casca do maracujá.
“Na cidade onde eu moro tem produção de maracujá, e eu percebi que as cascas da fruta são descartadas no meio ambiente. Com elas eu consegui produzir essa embalagem biodegradável para a muda”, conta. “Assim, ela não precisa ser retirada na hora da plantação e se decompõe rapidamente.”
O projeto foi desenvolvido durante 12 meses. “Entrei em contato com uma ciência que eu não conhecia. Abriu meus horizontes e me apaixonei completamente pela área. Vi que os jovens do ensino médio também podem propor soluções para problemas de suas regiões”, diz.
O projeto não tem relação com as disciplinas estudadas no currículo do técnico. Juliana o desenvolveu de forma extraclasse, por dedicação e interesse no assunto.
Ao final do curso técnico em administração, Juliana já tem em mente seus próximos passos: uma graduação em Engenharia Química com bolsa do CNPq. E os projetos científicos não param. Ela trabalha em outras duas ideias com o mesmo propósito: o reaproveitamento de resíduos. “A gente gera tanto lixo que muitas vezes nem nos damos conta que eles tem potencial, e acabam sendo desperdiçados”, finaliza.
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A professora orientadora Flávia Twardowski e Juliana na Genius Olympiad, em Nova York. — Foto: Arquivo pessoal